Revista Auto Esporte – Pesquisa da Jato Dynamics revela que os veículos novos ficaram até 56% mais caros desde 2015; entenda os motivos

O preço do carro zero quilômetro no Brasil subiu até 55,9% em três anos. A informação foi revelada recentemente pela Jato Dynamics, uma consultoria especializada no setor automotivo. O segmento que registrou a maior alta foi o de sedãs médios. O preço era de R$ 65.247 em 2015 e subiu para R$ 101.781 em 2018.

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Por outro lado, a categoria que sofreu o menor reajuste foi a de sedãs compactos, apenas 0,5%. Os preços de hatch compacto e SUV tiveram aumento de 23,8% e 22,5%, respectivamente. Autoesporte foi descobrir o que teria motivado o aumento além da inflação do período, de 21,1%, segundo o IBGE.

Mais tecnologia

De acordo com o presidente da Jato Dynamics no Brasil, Vitor Klizas, o maior investimento em tecnologia embarcada, como a inclusão de controle de tração e estabilidade, sistema anti-colisão, conectividade e multimídia, seria um dos motivos para o encarecimento dos carros.

De acordo com o estudo, 40% dos carros zero quilômetro possuem controle de estabilidade e controle de partida em rampa atualmente. Em 2008, esse número era de 0%. Há dez anos, apenas 52% dos carros novos que saiam das concessionárias tinham direção assistida, 23% trava elétrica, 17% ar-condicionado e 20% vidros elétricos. Esses itens estão presentes em praticamente todos os modelos novos vendidos no mercado hoje em dia.

Investimento em plataformas globais

Outro motivo para a alta dos preços são as trocas de gerações. De acordo com Klizas, as montadoras têm usado plataformas globais com mais frequência. Isso faz com que as fabricantes agreguem o custo da mudança ao produto e repassem o gasto para o cliente.

Autoesporte perguntou para Klizas o que teria motivado a alta de 56% do segmento de sedãs médios. O presidente da Jato Dynamics explicou que a categoria de médio tornou-se mais competitiva com produtos melhores e mais equipados. “O segmento de sedãs compactos teve poucos lançamentos e mudanças de produto, sem grandes renovações neste período”.

Melhora recente do setor

Para Antonio Jorge Martins, coordenador do MBA de Cadeia Automotiva da FGV, a pequena melhora do setor automotivo teria motivado o aumento de preços. “Basicamente, nós vivenciamos uma queda muito significativa do mercado brasileiro desde 2013. O mercado hoje produz cerca de 2,4 milhões de carros, bem aquém do que o pais já produziu. Isso fez com que os preços reduzissem. No ano passado, o mercado deu sinais de melhora. Naturalmente, teve uma tendência de recuperação dos preços praticados. É a lei da oferta e da demanda”, afirma.

Maior taxa de lucratividade

Relatórios internacionais mostram que os preços praticados no Brasil possuem uma margem de lucratividade ligeiramente maior: de 5 a 10% superior, comparado a alguns países. A informação foi confirmada por Martins e por Rodrigo Silva, diretor de negócios Brave, que estuda a precificação no Brasil. O motivo? Os altos e baixos da nossa economia.

De acordo com Antonio Jorge Martins, da FGV, a falta de estabilidade traz insegurança para as fabricantes. “A maior margem de lucro seria uma reserva, uma segurança para as montadoras em momentos de insegurança dos nosso momentos críticos econômicos-políticos”. Para Silva, “todo mundo acha que o imposto é a parte mais cara do carro, é um custo alto, mas a margem também é muito alta”.

Fonte original do texto – Revista Auto Esporte – https://revistaautoesporte.globo.com/Noticias/noticia/2018/08/por-que-os-precos-dos-carros-zero-quilometro-subiram-tanto-nos-ultimos-tres-anos.html

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