Texto por Notícias Automotivas – Já ouviu falar de carburador? Ele ainda é utilizado em motocicletas vendidas em determinadas regiões do mundo, mas já foi completamente eliminado dos automóveis e comerciais leves há bastante tempo.
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O carburador é um item que faz parte do passado dos carros, mas o que é e para que serve o carburador?
Ainda apreciado por saudosistas ou entusiastas de modelos antigos, o carburador foi o responsável pela alimentação de motores de ciclo Otto por décadas desde os primórdios do automóvel até o fim do século passado (nos carros).
Com mais de 100 anos de atuação nos motores de combustão interna dos carros, este equipamento mecânico é bem peculiar.
Inventado por Samuel Morey em 1826, o carburador foi patenteado por Siegfried Marcus em 1872, sendo adotado por Karl Benz, Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach sem seus primeiros carros. Os últimos carros com carburador foram a van Mitsubishi Express 2003 e os modelos da Lada até 2006.
O reinado do carburador sobre os motores a gasolina, GNV e álcool teve seu fim anunciado com o surgimento da injeção de combustível nos anos 60, ainda de acionamento mecânico, mas posteriormente eletrônica.
De corpo simples, duplo ou com gerenciamento eletrônico, este dispositivo essencialmente mecânico é o tema deste artigo. Vamos saber mais o que ele é e para que serve.
O que é e para que serve o carburador?
O carburador é um dispositivo mecânico instalado em motores de ciclo Otto, tanto de 2 tempos quanto de 4 tempos. Em motores de ciclo Diesel, por exemplo, utiliza-se a bomba injetora ou sistema Common Rail, já que o processo de ignição se dá por compressão e não por centelha.
No caso do carburador, ele serve para providenciar a mistura ar-combustível, que será enviada para a câmara de combustão, onde se dá a ignição por centelha (através de uma vela), ocorrendo assim a explosão dentro dos tempos de funcionamento do motor.
Além da mistura ar-combustível, o carburador é responsável por regular essa mistura, a fim de manter o bom funcionamento do motor.
Esse ajuste não pode ser feito por aparelhos (exceto no chamado carburador eletrônico), sendo feito de forma manual por um mecânico experiente.
O carburador pode ter um, dois ou mais corpos, como são chamadas as câmaras por onde o ar entra e é misturado com o combustível.
Na estruturação de um carburador existem duas partes principais. Uma é por onde o ar, filtrado pelo elemento de papel (no passado usava-se óleo), é aspirado para dentro do motor.
A outra parte é por onde entra o combustível. Mesmo que este tenha sido filtrado no duto de alimentação que vem do tanque, puxado por uma bomba de combustível mecânica e incorporada ao motor, ele passa por uma última filtragem dentro do carburador, antes de ser conduzido até uma agulha de injeção, acionada por uma boia.
Esta fica presente dentro da cuba, que é preenchida com o combustível.
Misturando com o ar
Já com o combustível dentro da cuba, que basicamente não transborda por causa da agulha reguladora, presa à boia, agora o ar atmosférico é aspirado pelo pistão do motor para dentro.
O ar não entra sob pressão e por isso é necessário um estreitamento, chamado Venturi. Nos carros, geralmente era usado a válvula de estrangulamento.
Então, o ar acelerado é novamente comprimido dentro do difusor, onde encontra com uma dosagem específica de combustível, que foi enviado da cuba para esta parte do carburador.
Essa mistura ocorre aí e sua quantidade é regulada por uma válvula, chamada “borboleta” na base do dispositivo. Esta peça móvel é ligada diretamente ao acelerador do veículo.
Assim, quanto mais aberta, durante o funcionamento, maior será a aceleração, com aumento da rotação até se chegar ao ponto da potência e torque máximos, quando o regime destes começa a cair.
O acelerador também aciona uma bomba para enfiar mais combustível da cuba para o difusor. Quando o motor está em marcha lenta, a borboleta está fechada.
Nesse caso, existe uma agulha reguladora de passagem de ar e combustível em dosagem muito pequena, apenas para manter o regime de marcha lenta. Quando a aceleração se inicia, retorna o processo anterior.
O carburador tem difusores tanto de combustível quanto de ar dentro de seu corpo, sendo estes ajustáveis do lado externo do equipamento, onde o mecânico ou pessoa com conhecimento, regula a entrada de ar e de combustível, equilibrando a mistura de forma a ter melhor rendimento.
Essa mistura é na proporção de 14 por 1 de ar e combustível, respectivamente, quando este é gasolina. No álcool, a relação é de 9 por 1.
Como se trata de um sistema mecânico, não há como equilibrar essas diferentes proporções e assim o carburador só funciona com um tipo de combustível. Seu kit de peças internas são específicas para cada um.
Carburador de corpo duplo
Um carburador de corpo duplo, usado em carros de maior desempenho no passado e depois padronizado, possui dois difusores de ar e duas borboletas.
Assim, gera-se maior vácuo e consequentemente, maior potência e torque.
Mas, geralmente este tipo tinha dois estágios, sendo o primeiro em baixas rotações e o segundo entrando em alta. Isso reduzia o consumo de combustível.
Existiram carburadores de corpos triplos ou quádruplos (como o famoso Quadrijet), entre outros.
Carburador nas motos
Em motos, por exemplo, o ar é admitido por um dos lados do carburador, após passar pelo filtro, atravessando o Venturi através de uma regulagem feita por um pistão, preso ao acelerador.
Quando ele está levantado, o ar em velocidade se mistura com o combustível expelido pelo difusor, misturando-se assim ao ar e entrando na câmara de combustão por um coletor de admissão bem curto.
Carburador eletrônico
Controlado por uma central eletrônica, este tipo de carburador foi uma tentativa de reduzir os custos maiores de adoção da injeção eletrônica.
Isso ocorreu no Brasil nos anos 90, pouco antes da injeção ser difundida no país. Com a presença de sensores de rotação e temperatura, por exemplo, o comando recebia estes dados e os repassava para o carburador.
Assim, o acionamento do carburador, mesmo ainda sendo mecânico, o ajuste da mistura era feito com base nesses dados.
Entretanto, a tecnologia não foi para frente, sendo adotado logo a injeção eletrônica.
Vantagens e desvantagens do carburador
Por conta de seu funcionamento mecânico, o carburador nunca encontra o ajuste perfeito entre mistura ar-combustível, em regimes de trabalho variados, como na injeção eletrônica.
Também não atende mais as normas de emissão. Entretanto, possui algumas vantagens.
Como é um dispositivo simples, ele é mais fácil de produzir e seu custo de manutenção é menor. Além disso, tem tamanho compacto e utiliza pouca energia do sistema elétrico do carro.
Marcas como Weber, Solex e Brosol ficaram famosas.
Fonte original do texto: Notícias Automotivas – https://www.noticiasautomotivas.com.br/o-que-e-e-para-que-serve-o-carburador/
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