Revista Auto Esporte – Diferença na taxa de compressão influencia a potência e gera impacto até no consumo de combustível.
Ao observar as fichas técnicas de modelos flex, você já deve ter notado uma diferença de potência (e de torque) gerada com gasolina e com etanol. Abastecido com o combustível vegetal, os números são, geralmente, mais altos.
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Essa pequena variação tem a ver com a taxa de compressão do motor, que nada mais é do que a relação entre o volume de ar e combustível dentro da câmara de combustão quando os pinos estão levantados e também abaixados. Quanto maior a pressão da mistura dentro do bloco, maior a taxa.
O módulo do motor (ECM) – uma espécie de cérebro que coordena as mais variadas funcionalidades do equipamento – tem uma curva de avanço pré-definida para todas as misturas possíveis entre álcool e gasolina. Essa curva, por sua vez, é determinada pela possibilidade do combustível para pré-detonação também conhecido como batida de pino.
O etanol, por não ser propenso a essa pré-detonação, não explode da mesma forma que a gasolina, o que exige uma curva de avanço mais agressiva. “Com álcool, esse módulo determina uma curva de avanço mais acentuada, o que exige um esforço maior do conjunto mecânico e consequentemente, adiciona uns cavalos a mais” explica Rubens Venosa, engenheiro mecânico e proprietário da Oficina Motor-Max.
Tomando como exemplo o líder de mercado, Chevrolet Onix. Equipado com um 1,0-litro flex, gera 78 cv com gasolina e 80 cv com álcool. Já no caso do motor 1.4, a potência é de 98 cv com gasolina e 106 cv com álcool.
Esse desempenho e força extra obtidos com o etanol, no entanto, vem acompanhados de maior consumo, cerca de 30% maior que a gasolina. Isso ocorre porque o poder calorífico do etanol é menor que o do combustível fóssil.
E os combustíveis aditivados?
O grande mito dos combustíveis aditivados é que eles aumentam a potência do motor, quando na verdade, apenas prolongam sua vida útil, limpando as partículas de sujeira que se acumulam com o passar do tempo.
No caso dos bicombustíveis, tanto a gasolina aditivada quanto a premium não representam nenhuma vantagem em comparação com a comum, e o mesmo serve para o etanol aditivado.
Fonte original do texto: Revista Auto Esporte – https://revistaautoesporte.globo.com/Noticias/noticia/2018/09/por-que-os-carros-flex-sao-mais-potentes-com-etanol.html
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