Texto por Revista Auto Esporte – Algumas dicas para que seu carro não seja tão inimigo do meio ambiente. De quebra, ainda dá para economizar uma grana.
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Queimadas, aquecimento solar, poluição…a pauta ambiental está mais em alta do que nunca. Apesar de toda a tecnologia envolvida, o automóvel a combustão ainda é um dos responsáveis pelo aumento do efeito estufa, graças à emissão do CO2.
Embora sejam alternativas (em boa parte das situações) sustentáveis, até agora os carros elétricos estão engatinhando no Brasil. Dependendo da matriz energética da região, a eletrificação não necessariamente é uma saída viável.
Para ter uma ação efetiva em prol do meio ambiente, conversamos com Rafael Serralvo, engenheiro mecânico e professor do centro universitário FEI, e listamos alguns passos a fim de reduzir o impacto ambiental do seu automóvel a combustão.
1) De olho na etiquetagem veicular
O site do Inmetro disponibiliza um PDF que determina a etiquetagem veicular a fim de orientar o consumidor. A tabela é responsável por aferir a quantidade dos gases poluentes emitidos, como o CO² (dióxido de carbono), CO, SO2 e os óxidos de nitrogênio; a quilometragem do modelo rodando a álcool ou à gasolina. Então designa-se uma nota de E até A, indo do carro mais poluente ao mais ecológico, respectivamente.
É possível avaliar tanto a emissão de poluentes quanto o consumo de combustível.
2) Esteja com a manutenção em dia
É uma dica óbvia, mas não é seguida à risca. Serralvo recomenda ao proprietário sempre seguir o manual do proprietário “Falando na garantia, é muito importante realizar as revisões previstas pelo fabricante”. Elas certificarão que tudo está em ordem.
Outros hábitos que ficam a cargo do motorista, como calibrar os pneus semanalmente, trocar o óleo como previsto pela fábrica, alinhar e balancear, são importantes para a economia de combustível.
Todos os fatores citados acima influenciam o consumo e o desgaste das peças (o que leva à troca precoce e, veja só, mais impacto na cadeia produtiva). Quando o pneu está murcho, o carro tem mais contato com o solo, o que aumenta a resistência à rolagem, necessitando de mais motor para acelerá-lo.
3) Dirija o carro de forma mais suave
Freadas bruscas e acelerações rápidas podem proporcionar diversão para os gearheads, porém são hábitos que aumentam a poluição em comparação com condução suave.
A dirigibilidade influencia diretamente no consumo de combustível. Mis consumo significa mais combustível sendo queimado e, portanto, uma quantidade maior de gases poluentes soltos na atmosfera.
“O jeito que você dirige pode aumentar em até 50% o consumo. Você pode rodar 5 km ou 10 km por litro só dirigindo de uma maneira mais suave”, explica Serralvo.
4) Combustível: etanol fica no azul
O combustível de fonte renovável é menos poluente que a gasolina. Por ter uma constituição química que difere do combustível fóssil, o volume de CO2 emitido na queima do etanol é em média 30% menos poluente do que o volume obtido na queima da gasolina (se levarmos em conta um carro de passeio).
Mas vale ressaltar que o CO2 liberado na atmosfera é, dentro de um limite, reutilizado pela própria natureza. Plantas utilizam o gás no processo da fotossíntese.
5) Trânsito polui mais!
A lógica da direção suave vale aqui também. Ok, as vezes é impossível não precisar utilizar o pedal no famoso “anda e para” no trânsito. Mas esse costume aumenta vertiginosamente o consumo do carro, e como já falamos aqui: maior consumo significa maior emissão de gases.
Se for ficar muito tempo parado, é melhor desligar o carro! O sistema Start-Stop, encontrado em modelos mais modernos, visa a economia de combustível em momentos como este.
Tente fazer uma previsão do seu trajeto, escolhendo horários com menor fluxo de veículos e, quando possível, combine o uso do automóvel com o transporte público.
6) Economia de combustível não favorece somente o bolso
É importante ficar atento aos acessórios elétricos, já que são grandes responsáveis pelo gasto de combustível. O ar-condicionado por exemplo, faz o carro gastar de 10 a 20% a mais. ”De repente, não é necessário ligar o ar, dá para deixar a janela aberta. Aí vai do bom senso de cada um”, reitera.
Qualquer equipamento ligado no veículo aumentará o consumo. Peso também é um inimigo da economia. Tire do automóvel todo o peso morto possível. Tralhas no porta-malas e no assoalho comprometem a massa total para o motor mover. Claro, não precisa tirar sua coleção de cds (gente, quem usa cd??) do porta-luvas porque não fará diferença.
Vale lembrar que existem sites e até aplicativos que fazem uma média da quantidade de CO2 que o veículo libera. O cálculo envolve o tipo de carro e quilometragem rodada.
7) Carona é sempre aceita e tem apps para facilitar
A carona é algo que precisa ser mais explorada pelo brasileiro. Na hora do rush, a grande maioria de carros servem apenas uma pessoa. “Às vezes o vizinho trabalha no caminho para o trabalho, dá para revezar a carona”.
De qualquer forma, já é um carro a menos. Caso prefira, existem alguns aplicativos que encontram pessoas próximas a você e a seu caminho e traçam rotas para a carona.
8) Experimente outras maneiras de lavar o carro
Pensando no consumo consciente de água, diversas modalidades para limpeza do carro estão disponíveis no mercado.
A lavagem a seco se tornou mais visível após a grave crise hídrica na região sudeste em 2014/2015 e ajuda na pintura do carro, pois cria uma película protetora pelo uso da cera.
Já a lavagem a vapor utiliza uma máquina que condensa o vapor e usa uma quantidade mínima de água, mesmo assim, consegue retirar uma enorme quantidade de sujeira e gordura do veículo.
Rafael ainda reitera, caso seja imprescindível a lavagem comum, procurar locais que recorram à água de reuso.
Fonte original do texto: Revista Auto Esporte
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