Notícia por Revista Auto Esporte – Sistema eletrônico passou a ser exigido em todos os lançamentos novos este ano.
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Desde 1º de janeiro de 2020 todos os lançamentos totalmente novos lançados no Brasil deverão, obrigatoriamente, vir equipados com controle de estabilidade, além de outros itens de segurança. Mas para que serve esse sistema, popularmente chamado de ESP, e porque ele não vai me transformar em um piloto de corrida?
Antes de mais nada é preciso deixar claro um detalhe da legislação. Como toda implantação de novos itens, o controle de estabilidade será adotado gradualmente.
A partir deste ano carros totalmente novos (ou seja, que não seja reestilzações ou versões de modelos já existentes) devem vir com o equipamento de fábrica. Junto virá também o alerta de cinto de segurança do motorista, que emite um aviso sonoro e visual enquanto o condutor não coloca o cinto.
A regra passará a ser geral a partir de 2022, quando todos os modelos vendidos por aqui deverão vir com o controle de estabilidade. Essa adoção gradual é a mesma que foi feita com o cinto de três pontos e encosto de cabeça para todos os ocupantes — estes sim, obrigatórios para todos os modelos a partir de janeiro.
Questão de batismo
No Brasil é muito comum as pessoas chamarem o controle de ESP, sigla em inglês para “programa eletrônico de estabilidade”. Só que esta sigla é patenteada pela Bosch, empresa que desenvolveu o sistema, e só é válida para carros que possuem o controle da marca alemã. É como acontece, por exemplo, com os nomes Gillette, Isopor e Cotonete.
Outras marcas usam suas próprias siglas, como VSA (Honda), DSC (Ford) e VSC (Toyota), por exemplo. Por isso vale o termo genérico, ESC.
Um detalhe do controle de estabilidade é que ele também inclui o controle de tração. Por isso, ao ler que um carro tem ESC, pode ter certeza que ele também oferece o sistema que impede que as rodas do veículo destracionem.
A recíproca não é verdadeira: apesar de haver poucos exemplos, é possível um carro ter controle de tração, mas não ESC. O Up! TSI é um destes casos, aliás.
Outro item vinculado ao controle de estabilidade é o ABS. E vale a mesma regra: todo carro com ESC tem ABS, mas o inverso não ocorre necessariamente.
Parece mágica
A maior virtude do ESC é detectar quando o carro está prestes a perder o controle, sobretudo em uma mudança brusca de direção.
Quando algum dos diversos sensores do ESC entende que há algum risco, o sistema pode cortar a aceleração do motor e frear uma ou mais rodas individualmente. Isso pode impedir que o carro rode em uma curva, por exemplo.
Destacamos “pode” porque, por mais eficiente que o controle de estabilidade seja eficiente, ele não supera as leis da física. Se você entrar rápido de mais em uma curva, não haverá ESC capaz de impedir um acidente, potencialmente grave.
Esse equívoco acontece sobretudo com quem não está habituado a carros com o ESC. Como ele mantém o controle do carro nas situações mais extremas, especialmente em pisos escorregadios, o motorista pode ter a impressão que ele pode andar mais rápido com segurança.
Para funcionar o controle de estabilidade precisa que haja um mínimo de aderência entre os pneus e o solo. Se você ultrapassar esses limites, o ESC pouco poderá fazer para te tirar da enrascada.
Nessa hora a maioria dos carros com controle de estabilidade possui um comportamento semelhante: a dianteira passa a escorregar na curva, até que a aderência seja retomada.
Isso acontece porque a chamada saída de frente é um comportamento mais seguro e fácil de ser controlado do que a saída de traseira, quando os pneus posteriores passam a escorregar.
Quando desligar?
Grande parte dos carros permite a opção de desligar o ESC, geralmente por um botão de um carro derrapando. Mas é fácil entender em quais momentos deve-se fazer isso: quase nunca.
Primeiro, muitos automóveis que possuem o tal botão não desligam exatamente o ESC, e sim, o controle de tração. Desativá-lo é um recurso para quando se está atolado, permitindo que as rodas girem em falso e ajudem o carro a sair do lugar.
Já veículos que também permitem desligar o ESC oferecem esse recurso para quem busca uma condução mais esportiva, sem intervenção eletrônica.
Não à toa, muitos modelos só permitem a desativação do controle de estabilidade nos modos de condução mais extremos, voltados para pistas de corrida.
Por isso, a não ser que você tenha experiência e esteja em um local fechado, pode deixar o ESC ligado o tempo inteiro. Ele está lá para te ajudar sempre que necessário. Só não vai te transformar em um super-homem.
Fonte original da notícia: Revista Auto Esporte
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