Texto por Revista Auto Esporte – Resolução da ANP previa que a gasolina comum fosse sempre “aditivada” com detergentes dispersantes, para a limpeza do sistema de alimentação do motor. A determinação foi suspensa, porém ainda há esperança.
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Uma resolução de 2013 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, a ANP, obrigava todas as gasolinas comuns a ter o mínimo de aditivação, ou seja, detergentes dispersantes para limpar o sistema de alimentação do motor. Entretanto, a medida foi suspensa antes mesmo de entrar em vigor, em 2017. Resta esperar a volta da implementação para o país ter uma gasolina com padrões minimamente internacionais.
Segundo Alexandre Pereira Correia, engenheiro de produtos da Petrobras, a gasolina ainda seria comum, do tipo A e C, porém com uma pequena porcentagem de aditivação. “Essa resolução já devia ter entrado anos atrás. Há muito tempo a gasolina americana já é aditivada. Isso garante o mínimo de limpeza por onde o combustível passa. Os próprios fabricantes de veículos pedem para ter uma gasolina melhor”, explica.
Participante da comissão, Alexandre conta que ainda não há previsão oficial para o tema voltar a ser debatido. A ANP alegou a necessidade de rever a sistemática de implementação da mudança. Além de “dificuldades metodológicas e laboratoriais impossibilitarem o cumprimento do prazo”.
Gasolina comum, mas de melhor qualidade
A resolução proposta em 2013 regulamentava que as gasolinas de uso automotivo deveriam conter detergentes dispersantes, em uma quantidade mínima. O objetivo era ter um combustível comum, porém mais elaborado, que ajudasse a manter limpo todo o sistema de alimentação do veículo: desde a bomba, passando pelo filtro, flauta, bicos injetores e também o regulador de pressão.
Custo maior para os postos ou para o motorista?
Já em relação ao custo, teoricamente o preço iria aumentar. O impacto não seria tão grande na produção, já que a taxa de aditivação é muito baixa. Mesmo assim, é um componente a mais. O problema maior seria a adaptação dos postos: teriam que trocar todos os bicos para transportar esse novo combustível. “Isso seria muito caro e demandaria tempo”, afirma Correia.
Apesar da suspensão da medida, o engenheiro acredita que a pauta voltará em breve. “Até o ano que vem voltam a discutir isso”, acredita. O esperado é que estabeleçam um limite mínimo de densidade da gasolina, assim como um índice de octanagem do produto, que corresponde ao nível de resistência à detonação do combustível.
Resposta da ANP
Após a publicação da matéria, a ANP nos respondeu referente à suspensão e à volta da suspensão, veja na íntegra abaixo:
“A ANP tinha a previsão de estabelecer a aditivação compulsória da gasolina com aditivos detergentes dispersantes (Resolução ANP nº 40 de 2013), com vistas à mitigação de emissões de poluentes atmosféricos. Em 2015, a Resolução ANP nº 30 de 2015 especificou critérios específicos para os testes de desempenho dos aditivos.
Em 2018, a ANP finalizou as discussões e estudos, e concluiu que os custos totais decorrentes do programa de aditivação compulsória da gasolina superam os potenciais benefícios, e ainda que a melhoria progressiva da qualidade da gasolina, estimulada pelas novas fases do PROCONVE, já promove significativa redução de emissões de gases poluentes. A revogação completa dos dispositivos concernentes à aditivação compulsória da gasolina foi estabelecida por meio da Resolução ANP nº 770 de 2019.
Atualmente, apenas a gasolina tipo C aditivada possui aditivos, que são adicionados pelos distribuidores de combustíveis (uma etapa antes da entrega aos postos de revenda). A dosagem e a funcionalidade de cada aditivo varia, e depende da estratégia de cada distribuidor.
Segue link da Resolução ANP nº 40 de 2013 atualizada, contendo as atualizações referentes à revogação da aditivação compulsória. http://legislacao.anp.gov.br/?path=legislacao-anp/resol-anp/2013/outubro&item=ranp-40-2013“
Fonte original do texto: Revista Auto Esporte
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