Texto por Revista Auto Esporte Mesmo em queda nos últimos meses, produção também registra aumento de 2,8% no período; crise argentina derruba as exportações.

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Os emplacamentos no mês de passado registraram um crescimento de 10,5% se comparado a junho de 2018, com 223,2 mil ante 202 mil unidades.

No acumulado do ano, o crescimento foi de 12,1%. As informações foram divulgadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Em relação a maio, houve queda de 9,1%, explicada pelo menor número de dias úteis devido ao feriado de Corpus Christi.

A produção também está em declínio nos últimos meses: -9% sobre junho passado e -15,5% sobre maio deste ano. Por outro lado, no acumulado houve crescimento de 2,8%, de 1,43 milhão para 1,47 milhão de unidades.

PRODUÇÃO SOFREU RETRAÇÃO EM COMPARAÇÃO COM JUNHO PASSADO, MAS CRESCEU NO ACUMULADO (FOTO: DIVULGAÇÃO)

A crise na Argentina é um dos motivos para a queda na produção, mas continua afetando principalmente as exportações. A retração no acumulado do ano já chega a 41,5%.

Para o fechamento de 2019 do mercado total, que inclui ônibus, caminhões e máquinas agrícolas, a previsão da entidade é que os licenciamentos subam 11,4% e a produção, 9% sobre 2018. Já as exportações devem fechar com queda de 28,5%.

Recall

O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, falou sobre as portarias que estabelecem novas regras para o recall de veículos.

“O índice de atendimento atualmente corresponde a cerca de 40% dos chamados de recall. A meta é se igualar ao nível de países europeus, onde essas taxas chegam a 90%”, afirma.

Para alcançar esses resultados, além dos avisos obrigatórios feitos pelas montadoras, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) comunicará diretamente os proprietários sobre as convocações de reparo por telefone, e-mail ou até mesmo carta registrada.

As montadoras devem fornecer a lista de chassis envolvidos ao órgão e pagar R$ 8 por cada proprietário alertado. Se mesmo assim o carro não for inspecionado no período de um ano, a informação sobre recall pendente constará no Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV).

Acordo Mercosul – União Europeia

ACORDO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE AINDA LEVA ALGUNS ANOS PARA ENTRAR EM VIGOR (FOTO: THAIS VILLAÇA)

Moraes também deu mais detalhes de como funcionará o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, caso o Parlamento Europeu aprove as condições do texto. O documento ainda precisa ser revisado, traduzido e enviado aos 28 países que fazem parte dos dois blocos, ou seja, vai demorar de dois a três anos para entrar em vigor.

Nos primeiros sete anos, o acordo ainda funcionará em regime de cotas de 50 mil veículos – sendo 32 mil para o Brasil – que pagarão 17,5% de Imposto de Importação. Acima dessa cota, o imposto será de 35% como atualmente.

Do oitavo ano em diante, as alíquotas vão baixando gradativamente, até que no 10º ano as cotas serão eliminadas, já que o imposto de 15% será menor que o pago pelos veículos que estarão dentro da cota.

Até que no 16º, a promessa é de que os impostos sejam zerados e Mercosul e EU tenham um acordo de livre comércio.

Confira como será o escalonamento dos impostos ao longo dos anos:

1º a 7º ano

Cota com 17,5% de Imposto de Importação
50 mil veículos para o Mercosul (32 mil para o Brasil)

8º ano / 9º ano
28,4%/ 21,7% 

10º ano
15% e fim das cotas

11º ano/ 12º ano / 13º ano / 14º ano / 15º ano
12,5%/ 10% / 7,5% / 5% / 2,5%

16º ano

Livre comércio, sem impostos ou cotas

Fonte original do texto: Revista Auto Esporte

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