Descubra quando é realmente seguro assumir o volante após consumir bebida alcoólica. Você já sabe: bebida alcoólica e direção não combinam. Mas quanto tempo depois de beber uma cervejinha você pode dirigir?
De acordo com especialistas consultados por Autoesporte, o tempo que o nosso corpo leva para absorver o álcool pode variar bastante, já que existem muitas variáveis. Depende se você é homem ou mulher, do seu peso, da quantidade de álcool consumido e, é claro, do tipo de bebida ingerida. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), alguns testes de alcoolemia podem detectar rastros de álcool até 12 horas após a ingestão. Por isso, o recomendado é aguardar 12 horas para assumir o volante.
Estudos indicam que cerca de 90% do álcool consumido é absorvido na primeira hora. Mas não se engane: quanto maior o teor alcóolico, ou seja, quanto mais você beber, maior será a dificuldade do corpo humano em processá-lo. É isso que explica Dirceu Alves, especialista em medicina do Tráfego. Ele afirma que cada dose de álcool levaria cerca de uma hora para sair do organismo. Mas apenas em casos de consumo de quantidades reduzidas, ou seja, de no máximo uma latinha de cerveja (cerca de 200 ml).
O especialista alerta: se a pessoa decidir beber mais, o tempo de espera pode ser maior do que as 12 horas recomendadas. Se a quantidade de álcool for muito grande, o álcool sai do sangue em até 12 horas, mas os efeitos no cérebro continuam – a conhecida ressaca. “O recomendado é que nos casos de consumo excessivo, o motorista espere pelo menos 24 horas para dirigir novamente”, afirma.
A nutricionista Roberta Nogueira acha complicado determinar um tempo fixo, exatamente pelas variáveis que envolvem o processo de metabolização do álcool no organismo. “Pode ter diferenças dependendo do tipo de bebida. Se a pessoa se alimentar enquanto ingere o álcool, isso também ajuda a reduzir o cálculo. Mesmo assim, não podemos afirmar um limite de tempo”.
A nutricionista também afirma que há diferenças no consumo de álcool de homens e mulheres. “Quando as mulheres ingerem um copo de vinho, é como se tivessem ingerido dois em relação ao homem, pois há uma dificuldade maior na digestão do álcool”, afirma.
Efeitos do álcool
A combinação álcool e direção é o grande inimigo dos motoristas em todo o mundo. Mesmo com a aplicação e a rigidez da Lei Seca no país, a ingestão de bebidas alcoólicas é a terceira maior causa de mortes no trânsito brasileiro. A nossa atual legislação já penaliza motoristas que conduzam com nível de álcool superior a 0,06 dg/l (gramas de álcool por decilitro de sangue) e (0,34 mg/L) no ar expelido no teste do bafômetro.
De acordo com o NHSTA, o Departamento de Transportes dos Estados Unidos, o motorista já tem sua capacidade de direção atingida com apenas 0,02 dg/l de álcool no sangue, o que equivale a um simples copo de vinho. De acordo com o estudo, esse valor já é suficiente para a redução da capacidade de realizar duas tarefas ao mesmo tempo e a localização de um alvo em movimento, por exemplo.
Mitos e verdades
Os especialistas afirmam que não há nada que possa ser feito para acelerar o processo de metabolização de álcool no corpo. Não adianta comer doce, tomar chazinho ou se medicar com antiácidos. Essas são soluções que podem aliviar os sintomas da embriaguez, mas não vão reduzir o tempo de absorção do álcool no corpo.
Beber água e realizar exercícios físicos, por exemplo, assim como se alimentar podem ajudar o seu corpo a se sentir melhor. “É importante nunca beber de estômago vazio e sempre comer alguma coisa”, aconselha. Mas essas dicas não vão te livrar do teste do bafômetro e nem da responsabilidade de arriscar a vida de alguém no trânsito.
Quantidade de álcool no sangue (dg/l) | Efeitos colaterais na direção |
0,02 | Declínio em funções visuais (rastreamento rápido de um alvo em movimento), redução na capacidade de realizar duas tarefas ao mesmo tempo |
0,05 | Coordenação reduzida, capacidade reduzida de rastrear objetos em movimento, dificuldade de direção, resposta reduzida a situações de direção de emergência |
0,08 | Concentração, perda de memória de curto prazo, controle de velocidade, capacidade reduzida de processamento de informações (por exemplo, detecção de sinal, pesquisa visual), percepção prejudicada |
0,10 | Capacidade reduzida para manter-se na faixa e frear adequadamente |
0,15 | Comprometimento substancial no controle do veículo, atenção à tarefa de dirigir e no processamento necessário da informação visual e auditiva |
FONTE: https://revistaautoesporte.globo.com/
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