O câmbio CVT ou Transmissão Continuamente Variável, numa tradução do termo em inglês, é um sistema que tem duas características importantes. A primeira é que garante um funcionamento suave e linear do motor, sem trancos ou oscilações bruscas de rotação, garantindo assim uma condução mais confortável no dia a dia.

Como a linearidade de funcionamento explora a melhor faixa de atuação do motor, este sempre trabalha em rotações onde apresenta maior eficiência em consumo. Por conta disso, o consumo é muito bom em relação a um câmbio automático tradicional, mesmo que o CVT tenha conversor de torque. Ele chega a ser mais econômico que uma transmissão manual em certos casos.

Constituído por duas polias de abertura variável, assim como cintas duplas de aço, o CVT permite uma variação infinita de relações entre elas, apesar de recentemente terem sido adotadas simulações de marcha com mudanças mais profundas na variação das polias, a fim de que o condutor tenha a sensação de estar num carro com marchas, o que é totalmente falso. Como é linear, um carro pode chegar a 80 km/h mantendo 1.500 rpm desde a saída, por exemplo.

Na realidade existem programações básicas que podem ser adicionadas ao câmbio. No Honda Fit da primeira geração existiam três (D, S e L), mas no Japão eram sete. Hoje é essa a programação de variação no CVT que simula marchas. O câmbio Multitronic da Audi, simulava oito velocidades. Alguns carros, como o Nissan Sentra, por exemplo, não simulam marchas.

Mas, este tipo de transmissão tem uma característica não aprecia por muita gente, que é o deslizamento natural da variação das polias, que torna as saídas mais lentas. Daí a simulação para tentar reduzir esse efeito. Recentemente, a Toyota adicionou um conjunto de engrenagens para uso apenas nas saídas, garantindo assim uma resposta maior. Esse câmbio chega aqui na próxima geração do Corolla.

Então, quais carros tem câmbio CVT hoje no Brasil?

No mercado brasileiro, esse tipo de câmbio ganhou mais importância por conta do Inovar-Auto, ajudando a reduzir as metas de consumo. Ele pode ser empregado em diversos tipos de motores e aqui no Brasil vai desde propulsores pequenos e aspirados até turbinados ou híbridos. Neste último caso, apesar de poucas exceções, é o câmbio preferido nos carros que chegam a ter emissão zero.

Honda – Na marca japonesa, toda a gama de produtos – com exceção do Civic Si Coupé – possui transmissão CVT de fábrica ou opcional. Nos modelos Fit, City e WR-V, esse tipo de câmbio trabalha com o motor 1.5 i-VTEC FlexOne de até 116 cavalos. No HR-V, o motor usado é o 1.8 i-VTEC FlexOne com até 140 cavalos (gasolina). No Civic, os motores usados são o 2.0 i-VTEC FlexOne de até 155 cavalos e o 1.5 VTC Turbo Earth Dream com 174 cavalos (Touring). O mesmo motor com 190 cavalos equipa a nova geração do CR-V, que também tem tração nas quatro rodas.

JAC Motors – Os modelos T40 e T5 são as únicas opções da marca chinesa com câmbio CVT. No primeiro caso, o câmbio trabalha com o novo motor 1.6 DVVT da JAC, que entrega 138 cavalos e 17,1 kgfm. No segundo, o SUV compacto mantém o motor 1.5 JetFlex com até 127 cavalos e 15,7 kgfm.

Lexus – A divisão luxuosa da Toyota emprega do câmbio CVT em seu híbrido CT200h, que é vendido no Brasil com o mesmo sistema empregado no Prius, entregando 99 cavalos no motor 1.8 Dual VVT-i Atkinson e 82 cavalos no motor elétrico. O superluxuoso LS500h também emprega esse tipo de câmbio, mas em conjunto com uma caixa automática de apenas quatro marchas, que funciona intercalando o funcionamento do CVT. A potência combinada chega a 359 cavalos.

Lifan – Outra marca chinesa que aposta no CVT por aqui. O X60 na versão VIP oferece esse tipo de transmissão, que trabalha junto com o motor 1.8 16V de 128 cavalos e 16,8 kgfm. O utilitário esportivo ainda tem opção de câmbio manual de cinco marchas na versão Talent.

Mitsubishi – O ASX tem câmbio CVT Invecs-III, que funciona junto com o motor 2.0 Flex de até 170 cavalos e 23 kgfm. O modelo ainda tem opção de tração AWD. O Lancer compartilha da mesma transmissão, mas seu motor 2.0 é movido apenas por gasolina e entrega 160 cavalos. O Outlander 2.0 também usa CVT com motor a gasolina de 160 cavalos.

Nissan – Nesta marca japonesa, apenas a picape Frontier não tem CVT. Os compactos March e Versa são equipados com motor 1.6 16V de 111 cavalos com 15,1 kgfm, nos dois combustíveis. Já o crossover Kicks possui o mesmo motor 1.6, mas com 114 cavalos e 15,5 kgfm. Por fim, o Sentra tem motor 2.0 de 140 cavalos e 20 kgfm.

Renault – Apesar da marca francesa ainda apostar no automatizado a bordo do Sandero Stepway ou no velho automático de quatro marchas no Captur 2.0, ela introduziu recentemente o câmbio CVT para os modelos Duster e Captur. Em ambos, o motor usado é o 1.6 SCe de até 120 cavalos e 16,2 kgfm. Além deles, o Fluence – saindo de cena – tem essa transmissão com motor 2.0 Flex de até 143 cavalos e 20,3 kgfm.

Subaru – Quando se fala em CVT, impossível não esquecer do Lineartronic da Subaru. Agora sem Impreza ou Legacy, a marca japonesa oferece o câmbio de fábrica nos modelos XV e Forester. No primeiro, o motor 2.0 boxer entrega 156 cavalos e 20 kgfm. No SUV nipônico, esse propulsor tem 150 cavalos e 20,2 kgfm. No Forester Turbo, o 2.0 tem 240 cavalos e 35,7 kgfm. Na perua-crossover Outback, o motor é 3.6 boxer com 256 cavalos, mas o mesmo torque do 2.0 Turbo. Todos possuem tração S-AWD.

Toyota –  Corolla tem o câmbio CVT Multidrive, que equipa as versões com motor 1.8 Dual VVT-i de até 144 cavalos e 18,6 kgfm, bem como o 2.0 Dual VVT-i com até 153 cavalos e 20,7 kgfm. O híbrido Prius – em geração mais atual que o Lexus CT200h – tem motor 1.8 Dual VVT-i Atkinson com 98 cavalos e 14,2 kgfm, além de motor elétrico com 72 cavalos e 16,6 kgfm. O SUV médio RAV4 tem motor 2.0 Dual VVT-i com 145 cavalos, mas a tração é apenas dianteira.

Futuras opções de carro com câmbio CVT

Como falamos, o CVT está ganhando espaço no Brasil e alguns dos próximos lançamentos trarão essa opção na bagagem. A chinesa Chery promete para muito breve a chegada do sedã Arrizo 5, que deve ser equipado com CVT na versão 1.5 Flex, uma vez que o Tiggo 2 será automático de quatro marchas. Na Honda, a possibilidade é a chegada do Novo Accord 1.5 Turbo de 190 cavalos com CVT. Já o JAC T60 pode ressuscitar o SUV médio da marca chinesa com CVT e motor 2.0 Flex.

Outro asiático que chega em 2019 e com transmissão CVT Direct Shift (com engrenagens curtas para saída) é o Lexus UX, que tem motor Dynamic Force 2.0 com ou sem sistema híbrido. A nova geração do ES, se chegar Hybrid ao Brasil, também terá o CVT Direct Shift. O próximo Corolla deve vir com esse equipamento também, mas o CVT normal já aparece na gama da japonesa com o Yaris 2019. Um SUV chamado X70 deve oferecer mais um CVT na Lifan, sendo ele equipado com motor 2.0.

O crossover Mitsubishi Eclipse Cross chega ao Brasil até agosto, segundo rumores, podendo trazer o mesmo conjunto visto nos Lancer, ASX e Outlander ou motor 1.5 Turbo também com CVT. A Nissan prepara a chegada do X-Trail, que também tem câmbio CVT, mas com motor 2.5 de 182 cavalos. A Renault lançara em breve o motor 1.3 TCe com 163 cavalos e o CVT é candidato a equipa-lo no Captur e talvez Duster. Logan e Sandero também aguardam oportunidade.

FONTE: https://www.noticiasautomotivas.com.br/

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