Pontos seriam construídos apenas sob demanda, com custos arcados pelos usuários
A Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado aprovou uma proposta que obriga as concessionárias de energia elétrica a instalarem pontos de recarga para veículos híbridos ou elétricos.
O projeto de lei é de autoria do deputado federal Heuler Cruvinel (PSD/GO).
A proposta inicial obrigava as companhias a instalarem os pontos com repasse de custos a todos os cidadãos, mesmo àqueles que não possuem veículos elétricos.
O texto aprovado pela Comissão de Infraestrutura prevê que a instalação seria realizada somente a pedido dos proprietários em edifícios (comerciais e residenciais) ou em vias públicas, com a devida autorização do poder público local. Os custos, entretanto, seriam arcados pelos clientes.
O presidente da comissão de infraestrutura, Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou que o Brasil deve investir nesta tecnologia.
“Os custos de instalação não são altos como em um posto de gasolina. Estamos falando de um totem com uma tomada de 220 volts, que resultará em uma redução de até cinco vezes no volume da emissão de gás carbônico. O Brasil não pode ficar de fora de um projeto assim”, afirmou Braga.
A cobrança do consumo seria feita por tarifa pré-paga ou em fatura separada, permitindo ao cliente controlar os gastos.
Aprovado no Senado, o projeto segue agora para a Comissão de Infraestrutura da Câmara dos Deputados.
Pontos de recarga públicos: raridade nas nossas ruas
Falta infra-estrutura adequada para donos de carros elétricos no Brasil. Até agora, os poucos pontos de recarga existentes no país foram bancados por empresas, como a BMW, que montou estações nos estacionamentos de shopping centers, supermercados e postos de gasolina.
A CPFL, distribuidora de energia na região de Campinas, no interior de São Paulo, possui 25 eletropostos, sendo 10 deles públicos e os demais construídos em parceria com empresas.
A distribuidora estima que o Brasil terá ao menos 15 mil pontos de recarga até 2030.
Até lá, a CPFL projeta que a frota nacional de veículos híbridos e elétricos passe de 4 milhões de unidades. Trata-se de uma previsão bastante otimista, especialmente considerando que, de 2011 a 2016, apenas 5.900 carros foram vendidos no Brasil.
O Toyota Prius, cujas vendas cresceram significativamente em 2017, responde por 80% deste volume. Os números foram levantados pela Agência Estado.
Enquanto isso, as fabricantes aguardam a chegada do regime automotivo Rota 2030 para definir o futuro dos carros híbridos e elétricos no Brasil.
A Toyota já testa uma versão bicombustível do Prius e há quem diga que apenas a falta de concessão de incentivos por parte do governo impede a produção do híbrido no país.
A Nissan confirmou o lançamento da segunda geração do Leaf no Brasil em 2019, embora tenha atrelado sua chegada ao Rota 2030. Se o regime automotivo realmente sair do papel, o Leaf estrearia por aqui em 2019.
A VW pretende trazer a dupla Golf GTE (híbrido) e e-Golf (elétrico), sendo que o número de unidades importadas dependerá justamente dos incentivos do governo.
E a Chevrolet não esconde a intenção de lançar o elétrico Bolt – tanto que já o apresentou no último Salão do Automóvel e até emplacou uma unidade no Brasil.
Atualmente, o BMW i3 é o único veículo elétrico à venda no país.
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