Texto por Revista Auto Esporte – Em um acidente de carro, acredita-se que o marcador serve de testemunho para dedurar a velocidade do veículo. Será que é verdade? E, no caso dos velocímetros digitais, onde essa informação fica armazenada?
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Essa crença é das antigas: a agulha do velocímetro fica travada na velocidade em que o veículo estava quando houve a colisão.
A rigor, esse recurso serviria de informação em perícias, daria base de dados em investigações de seguradoras e, em última análise, deduraria o culpado em uma possível disputa judicial. Essa é a crença coletiva, disseminada igual fake news.
Mas será que isso é verdade? Outra questão a resolver: os carros estão começando a substituir o mostrador analógico por display digital. Nesse caso, haveria algum mecanismo que faça a marcação da velocidade travar na hora do acidente?
Para saber se o travamento do velocímetro é mito ou verdade, conversamos com o professor de pós-graduação do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Takahira. Ele alega que não é mito nem verdade. “Depende do tipo de batida”, diz.
Normalmente, os painéis de instrumentos mais antigos têm uma película de policarbonato que, em uma colisão mais forte, pode ser rompida, afetando o funcionamento do ponteiro.
“A deformação pode fazer com que as peças mecanicamente se toquem, travando o ponteiro junto do valor de velocidade”. Porém, isso nem sempre ocorre.
A situação é diferente quando falamos de painéis ou velocímetros digitais. Ricardo esclaresce: “Ele tem uma memória digital. Ele simplesmente apaga, dependendo da colisão. Teria que acessar a memória do painel ou do computador de bordo para verificar a última medida de velocidade”.
No caso dos equipamentos digitais, o display é apenas uma interface. Ou seja, somente exibe a informação que é gerada por uma central, que obtem as informações de rotação da roda ou da transmissão para calcular a velocidade aproximada.
Em marcadores analógicos, Takariha reitera a possibilidade de o ponteiro travar, mas na velocidade errada. “Se você receber uma pancada na porta , a colisão pode fazer com que o ponteira se movimente e depois trave”, explica.
Sobre o acesso à informação pelo computador de bordo, nem a seguradora tem. Não está regulamentado no Brasil. O professor comenta que na Europa, quando acontece um acidente, o seguro pode conferir no próprio computador de bordo se o motorista foi imprudente ou não.
Dependendo do resultado, a seguradora pode até se isentar da obrigação de indenizar o proprietário. No Brasil, entretanto, não funciona assim. A informação correta sobre a estimativa de velocidade depende de perícia técnica da polícia.
Fonte original do texto: Revista Auto Esporte
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