Texto por Notícias Automotivas O responsável por patentear o primeiro sistema de suspensão pneumática ou suspensão a ar parecido com o de hoje foi William W. Humphreys há quase 120 anos, em 1901.

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Inicialmente, William batizou o sistema de “Mola Pneumática para Veículos”. O equipamento contava com duas bolsas com o mesmo sentido de comprimento (extenso). Cada uma delas contava com uma válvula de ar.

Passados nove anos, a empresa britânica Cowey Motor Works resolveu apostar na novidade desenvolvendo um equipamento que utilizava cilindro com diafragma feito com material de borracha. Ele era inflado por meio de uma bomba de bicicleta.

Todos esses itens pecavam na eficiência e, em vista disso, o sistema frustrava devido a não qualidade. O vazamento era frequente e exigia o enchimento diversas vezes.

A americana Firestone, comprada pela japonesa Bridgestone em 1988, desenvolveu para o protótipo Stout Scarab Experimental a suspensão a ar mais confiável, em 1946.

Curiosamente, o Stout Scarab Experimental foi o primeiro veículo do mundo a ter carroceria de fibra de vidro.

O modelo desenvolvido pela Firestone lembra os de atualmente: quatro bolsas de ar (subintitulado as molas convencionais) e pressão controlada por compressores ligados a cada uma das bolsas.

A suspensão a ar chegou a ser muito usada por pilotos da Stock Car na década de 50. Para os competidores, ela propiciava melhor aderência em circuitos ovais.

Na mesma época, a GM (General Motors) passou a ser uma das primeiras montadoras a adotar a suspensão a ar para a implantação em automóveis de passeio.

No ano de 1957, o clássico da GM, o Cadillac Eldorado Brougham, modelo fabricado pós-Segunda Guerra Mundial, passou a receber a suspensão pneumática de série.

Anos depois, após elogios, outros fabricantes automotivos passaram a apostar e desenvolver suas próprias suspensões a ar. A alemã Mercedes-Benz criou em 1962 o 300SE (W112), dentre outros.

Como funciona a suspensão a ar

Normalmente os itens compostos na suspensão a ar são: as bolsas, o tanque de ar, mangueiras e o compressor. As bolsas costumam ser de material elastômero, geralmente com borracha sintética trefilada ou, então, poliuretano.

O equipamento pode ser controlado por sensores que são responsáveis pelo monitoramento da pressão do ar, altura do veículo e a rigidez da suspensão. O próprio condutor também pode fazer esse ajuste quando necessário.

Se desejar, o motorista pode controlar a suspensão individualmente de cada bolsa. Na prática, cada uma delas terá uma pressão diferente da outra.

Para que tudo isso funcione, primeiramente, as molas do carro são retiradas e no lugar são colocadas as bolsas de ar, que fazem o ajuste da altura.

No momento de prender o ar, o carro é levantado. Ao acionar o equipamento novamente o ar é expelido da bolsa e nesse momento o automóvel fica rebaixado totalmente.

A suspensão a ar já está em outros veículos como nos ônibus e caminhões. Eles utilizam sensores realizando o ajustamento proporcionando mais conforto. A cidade São Paulo, por exemplo, possui muitos deles em sua frota de transporte público.

Quais as vantagens e desvantagens – vale a pena?

A possibilidade de ter mais conforto pelo fato de conseguir regular a suspensão conforme a situação é uma das principais vantagens. Ainda há a suavidade principalmente para carros de recreação, picapes, vans, além de evitar problemas com a dirigibilidade por causa de cargas pesadas.

O preço alto de instalação e manutenção, o fim da originalidade do veículo e prováveis problemas futuros são alguns dos motivos das desvantagens.

Para saber se vale ou não a pena o motorista precisa primeiro fazer uma avaliação. Analisar os prós e contras da modificação. Vale também uma conversa com um mecânico de confiança.

Em conversa com a reportagem do NA, Cátia Tappi, consultora personnalité automotivo, compartilha algumas dicas para quem deseja instalar: “ter um kit de suspensão que se adequa ao seu perfil de dirigir. Procure produtos de ponta. Estar sempre antenado às novidades que o mercado oferece para estar sempre melhorando seu projeto e, principalmente, fazer uma boa escolha de uma mão de obra com experiência e excelência no assunto”.

Ela também explica que a manutenção periódica é essencial para o bom funcionamento da suspensão a ar. Qualquer veículo está liberado para receber o equipamento, sem nenhuma restrição, desde que haja suspensão.

Suspensão a ar e a legislação brasileira

Desde 2014 as suspensões a ar estão liberadas no Brasil. A resolução 479 no Conselho Nacional de Trânsito (Contran) autoriza a circulação dos veículos com suspensão modificada, valendo para rebaixados ou elevados.

É preciso se atentar a legislação, pois, ao fazer a modificação, o motorista deverá incluir a alteração no documento do veículo para legalizar carros rebaixados, ou seja, no campo de observações do Certificado de Registro de Veículo, o CRV. O mesmo vale para o CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo).

Confira o que diz a resolução:

§1º Nos veículos com PBT até 3500 kg:
I – o sistema de suspensão poderá ser fixo ou regulável.
II – A altura mínima permitida para circulação deve ser maior ou igual a 100 mm, medidos verticalmente do solo ao ponto mais baixo da carroceria ou chassi, conforme anexo I.
III – O conjunto de rodas e pneus não poderá tocar em parte alguma do veículo quando submetido ao teste de esterçamento.

§2º Nos veículos com PBT acima de 3.500 kg:
I – em qualquer condição de operação, o nivelamento da longarina não deve ultrapassar dois graus a partir de uma linha horizontal.
II – A verificação do cumprimento do disposto no inciso I será feita conforme o Anexo

A nova legislação foi comemorada pelos apaixonados por carros. Utilizada principalmente para os apaixonados por tuning e por questões estéticas, a liberação conseguiu “descriminalizar” a modificação.

Quanto custa para instalar a suspensão a ar

Como informamos aqui na matéria, o custo é elevado e se torna um dos pontos negativos da suspensão a ar. Um kit completo pode sair de R$ 2.500 a R$ 4.000. Um kit simples, sem o compressor, sai de R$ 1.500 a R$ 2.500.

Lembrando que ainda há o custo extra no Detran (Departamento Estadual de Trânsito) para a inclusão da mudança no documento do veículo. No site do órgão é possível checar os valores da taxa.

Fonte original do texto: Blog Notícias Automotivas – https://www.noticiasautomotivas.com.br/suspensao-a-ar-como-funciona-vale-a-pena/

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