No cotidiano, desempenho do etanol pode ser melhor que a referência de 70% em relação a gasolina.

Sabe aquela conta que você faz no posto para escolher entre gasolina ou etanol? Ela pode não ser tão exata, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Mauá de Tecnologia com apoio da associação da indústria da cana-de-açúcar (Unica).

De acordo com testes feitos com quatro categorias de veículos, o desempenho médio do etanol em relação a gasolina comum (atualmente com 27% de etanol) variou entre 70% e 75% – um resultado que pode ser superior aos 70% usados como referência.

“A maioria dos motoristas faz a conta considerando o preço somente na hora do abastecimento, quando na verdade, também deveria avaliar a autonomia do veículo com os dois tipos de combustíveis”, afirmou Renato Romio, chefe da divisão de motores e veículos do instituto.

A conta geralmente usada para saber qual combustível é mais vantajoso leva em consideração que o etanol tem em média 70% do poder calorífico da gasolina.

Por isto, para escolher, você pode multiplicar o preço da gasolina por 0,7. O resultado é o preço máximo que o etanol vale a pena.

Por exemplo, se o litro da gasolina custa R$ 3,50, multiplique este valor 0,7. O resultado é 2,45. Então, o etanol seria vantajoso até R$ 2,44 o litro. Se for R$ 2,45, dá na mesma. Se for mais do que isso, não compensaria.

No entanto, segundo o novo estudo, cada motorista deveria fazer os testes com os dois combustíveis para encontrar uma média aproximada do consumo do seu veículo e nos trajetos que ele realiza com mais frequência.

“Outras características do funcionamento dos motores devem ser levadas em conta, como o fato de o motor ser mais exigido em alguns percursos do que no circuito utilizado nos testes de laboratório.”

Para os testes, foram utilizados veículos das categorias popular 1.0, sedã médio, SUV e popular 1.6. Os carros circularam em percursos urbanos de 27 km e rodoviários de 30 km. Cada um desses circuitos foi repetido 15 vezes.

“Tivemos casos em que a relação de paridade entre etanol e gasolina comercial chegou a 75,4%. Uma diferença considerável”, afirmou Romio.

Em uma análise dos números de consumo para os mesmos modelos no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), o estudo detectou que a relação média entre etanol e gasolina, com base no padrão do Inmetro, foi menor, de 66,7% a 72,1%.

70% ainda é referência

Consultada pelo G1 em setembro, a associação das montadoras (Anfavea) afirmou que o valor de referência para o desempenho do álcool continua em 70%, mesmo com o aumento do nível de etanol anidro na gasolina para 27%.

Já a associação dos produtores de cana-de-açúcar Unica ponderou que o índice de 70% é uma “média histórica obtida em laboratório com gasolina de teste (que contém 22% de etanol anidro)”.

“No uso real do dia a dia, a relação pode ser mais favorável ao etanol, independente do seu teor na gasolina, porque nessas condições o biocombustível geralmente se mostra mais eficiente, podendo superar os tradicionais 70%.”

“É importante que o motorista calcule a relação entre etanol e gasolina que efetivamente obtém em condições reais de uso para saber qual a melhor opção ao seu caso, pois existem vários fatores que influenciam o consumo, como estilo de dirigir, tipo de percurso, uso de ar-condicionado, topografia da região, entre outros”, afirmou a entidade.

FONTE: https://g1.globo.com/carros/noticia/rendimento-medio-do-etanol-sobre-a-gasolina-pode-ser-maior-que-70-diz-estudo.ghtml

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