Revista Exame – Além da má conservação dos estofados e desgaste na pintura, odor de cigarro e falta de histórico de manutenção podem depreciar o carro na hora de vendê-lo
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Algumas práticas aceleram o processo de desvalorização de um carro e podem causar ainda mais prejuízo na hora da revenda. Deixar o carro no sol por muito tempo, dirigir com frequência em vias com asfalto deteriorado e não lavar de forma apropriada forros e bancos são algumas delas.
É o que analisa a Volanty, plataforma que conecta vendedores e compradores de carros seminovos, a Kelley Blue Book (KBB), consultoria de preços de automóveis, e a startup Carflix.
O preço de um carro usado é determinado principalmente de acordo com ano de fabricação, quilometragem e modelo, mas também entram na avaliação a aparência externa e a interna, além da manutenção e nível de conservação do veículo.
Um estudo feito pela Autoinforme mostra que no primeiro ano de uso a depreciação de um carro gira em torno de 10%, enquanto reduz para 8% no segundo ano. Já no terceiro e quarto ano, cai para 5% e 4%, respectivamente. Ou seja, é alta a probabilidade de que o consumidor já perca uma parte considerável do valor que gastou no carro na hora de vendê-lo.
Portanto, quanto mais conservado o automóvel estiver, maior a chance de amenizar essas perdas, que já são altas. E para manter o veículo livre de problemas, basta tomar alguns cuidados durante a utilização. Realizar alguns procedimentos antes de colocar o carro à venda, com o objetivo de conseguir um preço melhor na negociação e acelerar a venda, também pode valer a pena.
Veja abaixo os nove itens que mais desvalorizam um seminovo na hora da revenda:
1) Desgaste da pintura
Insetos, frutas, poeira, areia,” dejetos” de pássaros ou a simples ação do tempo e a incidência de raios solares provocam reações na pintura do automóvel.
Contudo, alguns procedimentos permitem que a pintura dure mais. A cada seis meses de uso, é recomendável aplicar cera automotiva, enquanto a cada 12 meses é aconselhável realizar a cristalização da pintura, que recupera a tonalidade original do carro.
Quem vive ou visita com frequência praias deve lavar a carroceria do carro diariamente enquanto estiver no litoral, eliminando resíduos de sal do mar responsáveis pela oxidação de peças e componentes do carro que não tenham tratamento anticorrosivo.
2) Arranhões na lataria
Avarias graves, que comprometem a estrutura do automóvel, podem fazer com que o valor da venda do automóvel diminua até 50%, aponta a KBB. Mas pequenos riscos, arranhões ou amassados na lataria são problemas que não afetam o valor do veículo usado.
Portanto, caso haja pequenos arranhões na lataria do veículo, não tente consertá-los. É melhor mostrar ao comprador interessado que se trata de um dano pequeno do que tentar disfarçá-lo e despertar dúvidas, explica Feldman, da Volanty.
3) Ruídos
A má qualidade do asfalto das cidades pode causar ruídos em carros que rodam com mais frequência, o que pode incomodar o comprador na hora de conhecer o veículo.
Portanto, é importante ficar atento a mudanças no som que o veículo produz de forma a realizar os devidos reparos em tempo hábil e antes de colocá-lo à venda.
4) Manchas em bancos e forros
Manchas de uso em bancos, forro do teto e plásticos do painel podem dar um aspecto ao veículo que não agrada aos compradores.
Por isso, é importante manter o veículo limpo e, anualmente, realizar uma limpeza dos tecidos internos do carro.
5) Odor de cigarro
O cheiro do tabaco pode impregnar nas partes plásticas do painel e no estofado dos bancos. Além disso, sempre há o risco de queimar os tecidos internos do carro com cinzas.
Por isso, a dica é sempre evitar fumar dentro do carro e realizar uma limpeza de todos os revestimentos, com produtos específicos, semanalmente, aconselha a KBB. Caso o veículo já tenha odores fortes, faça uma limpeza interna completa em uma loja especializada.
6) Customização
Customizar um carro para deixá-lo com a sua cara pode ser divertido. Mas, na hora de vender, quanto mais personalizado for o carro, mais difícil será encontrar um comprador para ele. Como o gosto de cada motorista varia bastante, há grandes chances de que os potenciais compradores não apreciem as modificações feitas.
Portanto, adesivos, tatuagens, rodas mais largas e até mesmo modificações na pintura devem ser feitas com cautela. Se possível, opte por acessórios que possam ser retirados no momento de vender o carro.
7) Falta de comprovantes de manutenção
Um carro com histórico de manutenção costuma ter um valor maior na hora da revenda.
Portanto, a KBB recomenda conservar todos os comprovantes de revisões e eventuais consertos. Segundo a empresa, compensa ter despesas com manutenção que não ultrapassem 20% do valor do veículo antes de revendê-lo.
8) Pneus mal conservados
Segundo a KBB, não há necessidade de colocar pneus novos para valorizar o carro para venda, mas deixá-los em bom estado ajuda a melhorar a aparência do veículo.
Para isso, calibre-os com frequência, pois circular com a pressão dos pneus baixa danifica as paredes do item, reduz a sua vida útil e aumenta as probabilidades de um furo. Nas lavagens, utilize produtos neutros para não danificar as borrachas.
9) Falta de manual e chave reserva
Um veículo com documentação preservada dá mais confiança ao comprador. Ter a chave reserva do veículo também é um diferencial importante na hora da venda, pois significa economizar cerca de 4 mil reais no caso de uma eventual perda da chave principal, dependendo do modelo do carro.
Portanto, na concorrência entre veículos de mesmo valor e estado de conservação, o que tiver manuais e chave reserva sai ganhando, aponta a KBB.
Dicas
Fabio Pinto, CEO da Carflix, startup que auxilia a compra e venda de veículos online, aconselha que antes de vender um carro usado o proprietário do veículo esteja minimamente familiarizado com a demanda da marca e modelo do automóvel, seu valor atual, quilometragem e histórico.
Apesar de parecer óbvio, muitos deixam de conferir o preço do carro usado no mercado antes de colocá-lo à venda, diz o especialista. Para ter essa noção, basta pesquisar a tabela Fipe, que é utilizada como referência por lojistas, comerciantes e vendedores na hora de determinar o preço do carro novo ou usado.
Também é bom ficar atento a algumas oportunidades. Por exemplo, se o carro tiver uma boa economia de combustível e o preço da gasolina estiver alto, é possível pedir um valor adicional por ele.
Alguns detalhes ajudam a fazer o carro parecer mais conservado um pouco antes da venda. Um truque fácil e barato é substituir os tapetes, assim como fazer uma lavagem no motor, diz o CEO da Carflix.
Caso a venda do veículo seja feita pela internet, valorize o carro por meio de fotos. A regra básica é ser o mais completo e específico possível nos anúncios.
Fonte original do texto: Revista Exame – https://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/9-itens-que-podem-diminuir-o-preco-de-um-carro-seminovo-na-hora-da-venda/
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