Alguém diz: “Que beleza! Meu carro valorizou muito em 2021!” Outro comenta: “Praticamente ele [o carro] vale o mesmo de quando eu o comprei há dois anos”.

Pois é, enquanto existe certa empolgação com a valorização dos carros usados e seminovos para níveis fora da realidade, provocando sorrisos de contentamento, existem outras realidades ocultas.

Uma delas é o próprio aumento dos preços dos carros novos, gerada pela falta de produtos no mercado, onde a lei da oferta e da procura dita as coisas.

Isso é uma máxima para o mercado de usados, afinal, quando não tem novo, é o de segunda mão que as pessoas vão comprar, se não puderem esperar.

Nisso, uma tal de tabela Fipe, começa a inflacionar como seus índices pares dos anos 80, onde a hiperinflação galopava sobre os preços dos carros.

Aí, além da Covid-19, veio a alta do dólar e finalmente aquilo que as montadoras agora sabem ser pior que uma pandemia, a falta de chips.

Falta semicondutor, pneu, barra de direção e todo tipo de peça, num efeito em cascata que nem eles sabem prever quando realmente acabará.

Mas, e o que isso tem a ver com o IPVA 2022? Tudo, é claro. O imposto está aí para cobrar o seu quinhão pela situação atual.

Com a maxivalorização distópica dos carros, sejam usados (pela tabela Fipe) ou novos (pelas tabelas infladas como airbags cheios das montadoras), o IPVA 2022 ficará muito, mas muito maior!

Faça as contas com seu próprio carro e verá o quanto mais pagará em relação ao IPVA de 2020.

Essa alta expressiva acontecerá devido ao uso da tabela Fipe como base de cálculo do IPVA por parte dos Estados, cujas alíquotas variam de 1% a 6% do valor venal.

Então, se seu carro subiu em valor venal, aquela da tal tabela, o imposto subirá na mesma medida.

De janeiro a outubro, os preços dos carros novos subiu em média 19,3%. Já os usados, dispararam para nada menos que 31,8% em média. Por aí você já tem uma ideia do prejuízo que virá.

Para quem pode arcar com o aumento do imposto, parabéns. Já quem terá dificuldades, é melhor ir economizando e preparando o bolso para um adicional indesejável num país altamente tributário como o Brasil.