Falar em manutenção de veículos é tratar da segurança dos mesmos. No mercado mundial de autopeças, a cadeia de fornecimento global é afetada pela crise do desabastecimento, que já não engloba somente os semicondutores, mas todo tipo de peça ou componente de um automóvel.

Não faz muito tempo que a Volkswagen, na Anchieta, parou pela falta de barras de direção. No mundo, as coisas se complicam também. Como uma bola de neve, a parada das fábricas por falta de chips afetou o setor de autopeças, que reduziu obrigatoriamente a produção em decorrência da demanda menor.

Como se sabe, a indústria mundial perderá de 7 a 9 milhões de carros somente em 2021, levando a um prejuízo de três dígitos de bilhão de dólares. Se uma Stellantis da vida deixar de produzir, isso significa que a oferta de componentes para manutenção também será afetada.

Nos EUA, por exemplo, o mercado de reparação gera US$ 300 bilhões ao ano. Por lá, há falta de todo tipo de componente, desde o carpete do assoalho do carro até sensores bem específicos, como o de virabrequim, por exemplo. Os fatores para redução na oferta e consequente aumento dos preços (não decorrentes do primeiro) vão do aumento do preço do aço até a escassez de mão de obra.

O desabastecimento também é um problema de modo geral, como acusa a proprietária de um Nissan Sentra, que não conseguiu trocar o carpete de seu carro, alagado pela inundação gerada pelo furacão Ida, em setembro. A oficina teve que retirar o material, limpá-lo e colocá-lo de volta, visto não existir um novo em lugar nenhum.

Vendedora de loja de departamentos, a proprietária relatou que até embalagens plásticas faltam no mercado, reforçando que a crise no setor automotivo é apenas uma das pontas de um desabastecimento global. O Reino Unido já está sendo afetado, assim como já se prevê que ocorra o mesmo nos EUA até dezembro.

Por aqui, a ameaça de falta de produtos é gerada pelo aumento dos preços dos combustíveis, em especial o diesel, mas o problema afeta o mundo inteiro. Nos EUA, por exemplo, já existe galão (3,78 litros) de gasolina sendo vendido por US$ 8,50 na Califórnia. E aqui se fala tanto em R$ 7,00…