Texto por Revista Auto Esporte – Para quem não possui um carro equipado com assistência de partida em rampas, o bom e velho freio de mão ainda é o grande aliado para superar relevos íngremes.
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Fazia poucos meses que Raissa Oliveira estava com a sua Carteira Nacional de Habilitação em mãos quando ela enfrentou uma situação que a deixou em pânico: precisava subir uma ladeira daquelas com o seu veículo. Ela sempre teve dificuldade para dirigir no desnível, mas quando enfrentou um percurso muito mais íngreme do que estava acostumada, acabou travando. “Estava com uma amiga e ela gritava, pedindo para eu ter calma. Comecei a suar frio e a única alternativa foi voltar de ré”.
Já era de noite e a rua não estava movimentada, mas ela não percebeu um cadeirante que atravessava a rua naquele momento. “Só me dei conta quando já estava muito perto dele”, ela lembra. Felizmente, um incidente grave não ocorreu na ocaisão. “Minha única reação foi pisar no freio, puxar o freio de mão e torcer para que funcionasse. Depois de minha amiga insistir muito, tentei subir de novo a ladeira. Eu só acelerei e pedi pra ela rezar para que não passasse nenhum carro na avenida na qual aquela rua terminava”.
A história de Raissa não foi a única a chegar à Revista Autoesporte quando pedimos histórias de motoristas e suas relações com ladeiras. Não, você não é o único a acreditar que pode acabar sendo traído pela gravidade em algum momento, sem mais nem menos. No caso de Fernando Oliveira, o receio começou na autoescola, quando o carro morreu na saída de uma ladeira. “Hoje, eu puxo o freio de mão para evitar que o carro desça e colida com o veículo de trás”, ele afirma.
A abordagem de Fernando é a ideal, de acordo com Cleber Gomes, professor de Engenharia Automotiva da FEI. “Se você for ficar mais de trinta segundos parado, é melhor puxar o freio de mão. Controlar o carro pela embreagem desgasta a peça, ela não foi feita pra isso. O freio de mão também é a opção mais segura, não tem a possibilidade de uma colisão que a embreagem traz”, ele explica.
Também é assim que os aspirantes a motoristas aprendem em São Paulo. A orientação passada pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do estado para os instrutores responsáveis por avaliar o exame prático para tirar a habilitação é de que, ao parar em declive, os avaliados devem acionar, obrigatoriamente, o freio de mão.
Ricardo Ogando dirige há 22 anos e, quando ainda era inexperiente, tinha problemas para controlar a embreagem em uma ladeira do sítio de sua família. “Ela não tinha pavimentação, era grama e terra para todo lado”, ele ri. Hoje, ele não tem mais problemas com este tipo de relevo e inclusive a rua em que mora está situada uma ladeira. “Recentemente, comprei um carro automático e ele tem um assistente de partida em rampa, então é mais fácil ainda”, ele conta.
O assistente de partida em rampa conta com uma série de sensores que detectam diferentes informações, da inclinação da carroceria à força aplicada nas rodas. Nas condições adequadas, eles ativam o freio do veículo por alguns segundos, permitindo que o motorista consiga sair com o carro sem que ele seja “puxado para trás” pela gravidade.
A tecnologia não está vinculada ao câmbio automático, e sim ao controle eletrônico de estabilidade do veículo. Dentre os carros manuais com essa opção, estão o Ford Ka Freestyle 2020 e o Volkswagen Polo.
Fonte original do texto: Revista Auto Esporte
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