Revista Auto Esporte – Iniciativas recentes mostram que algumas marcas estão acordando para a era da experiência.

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Movimento 1: A Land Rover aproveitou um enorme canteiro de obras no coração financeiro de São Paulo para criar uma pista completa de exercícios off-road. Na área asfaltada, há uma pista para testar modelos da co-irmã Jaguar.

LAND ROVER QUER TRANSFORMAR A EXPERIÊNCIA DOS CLIENTES (FOTO: LAND ROVER)
LAND ROVER QUER TRANSFORMAR A EXPERIÊNCIA DOS CLIENTES (FOTO: LAND ROVER)

Ela ficará aberta por um mês, e servirá de laboratório para experiências semelhantes em outros locais, sempre em parceria com grandes empreendimentos imobiliários.

Movimento 2: A Fiat acaba de inaugurar em São Paulo sua primeira loja digital, ao lado do estádio Pacaembu, conceito que deverá se espalhar para outros 20 pontos, sempre em grandes cidades. Trata-se, em resumo, de uma butique inspirada nas lojas da Tesla ou de produtos eletrônicos como Apple e Samsung.

NOVA LOJA DA FIAT APOSTA EM UMA EXPERIÊNCIA DIGITAL COM O VISITANTE (FOTO: FIAT)
NOVA LOJA DA FIAT APOSTA EM UMA EXPERIÊNCIA DIGITAL COM O VISITANTE (FOTO: FIAT)

Áreas pequenas em vias charmosas, telas de consulta, simuladores e maior liberdade para interagir com o produto. Abordagem do vendedor, só se for demandada pelo cliente.

Movimento 3: Uma concessionária Jeep em Belém (PA) acaba de ser inaugurada com estilo arquitetônico que lembra uma grande oca, e com uma pista permanente de test-drive off-road. Outra loja Jeep, em Santa Catarina, parece mais um santuário de respeito ao meio ambiente. Ambas totalmente fora do repetitivo padrão de arquitetura de concessionárias.

São apenas três exemplos de iniciativas que vêm sendo tomadas por montadoras e revendedores para mudar a forma como se comercializam carros no Brasil.

NOS ESTADOS UNIDOS, A REDE CARVANA TEM ARQUITETURA QUE IMITA UMA VENDING MACHINE (FOTO: DIVULGAÇÃO)
NOS ESTADOS UNIDOS, A REDE CARVANA TEM ARQUITETURA QUE IMITA UMA VENDING MACHINE (FOTO: DIVULGAÇÃO)

A Volkswagen já anunciou que irá usar realidade aumentada em suas concessionárias, e a Ford acaba de inaugurar a primeira revenda com nova arquitetura, pensada para oferecer mais experiência e menos chateação.

O diagnóstico geral é que comprar carro se tornou uma coisa muito sem graça e repleta de burocracia. Muito diferente da forma como se vendem computadores, celulares e até cápsulas para máquinas de café.

Foi-se o tempo em que o comprador se contentava em entrar numa concessionária repleta de bandeirinhas, balões, música alta (de gosto duvidoso) e vendedores estilo “shop tour”. Se as concessionárias não saírem do século 20, a tendência é que atraiam cada vez menos clientes.

Alguns obstáculos a uma compra quase totalmente digital começam a cair. Um deles é a aprovação de crédito, que já pode ser feita em alguns sites de montadora. O outro, mais complicado, envolve a avaliação do usado que será dado na troca.

VISITANTE PODE CONFIGURAR MODELOS PELA TELA INTERATIVA (FOTO: FIAT)
VISITANTE PODE CONFIGURAR MODELOS PELA TELA INTERATIVA (FOTO: FIAT)

E ainda há o fator negociação: muitos clientes gostam de fazer a compra pessoalmente para barganhar descontos ou acessórios. Para completar, há os fatores burocráticos que dependem de maior agilidade de órgãos públicos, como documentação e emplacamento.

Mas a tendência é que tanto a era da experiência como a revolução digital se tornem aliados do varejo automotivo. É bem provável que, em poucos anos, o cliente solucione muitas questões pelo computador ou smartphone, e só tenha de ir eventualmente a uma butique para finalizar a compra, fazer test-drive ou deixar o carro para manutenção.

De lá, a concessionária leva o carro até uma oficina mais afastada, e devolve o carro na butique, ou mesmo na casa do cliente.

Há um sem número de formas de tornar mais prazerosa a compra de um carro. Realidade aumentada, inteligência artificial, gameficação, programas de fidelidade (como os de sócio-torcedor no futebol), pop-up stores, test-drives inusitados ou até a venda de pacotes de assinatura de toda a linha de carros da marca (um Netflix automotivo), sem que o cliente precise assumir a propriedade de um veículo em particular – e de todas as chateações que isso implica, como fazer seguro, cuidar e pagar taxas.

Uma revolução na forma de consumir carros ou serviços de mobilidade está só começando no mundo, e felizmente já está chegando ao Brasil.

Fonte original do texto: Revista Auto Esporte – https://revistaautoesporte.globo.com/Noticias/noticia/2018/11/opiniao-comprar-carros-ja-foi-um-programa-bacana-ficou-chato-mas-pode-e-deve-melhorar.html

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