Revista 4 Rodas – Alguns fabricantes ainda recomendam o uso do protetor de cárter, mas apenas se for a peça original, para não comprometer segurança e garantia.

Confira também no blog do Posto de Vistoria: Os carros que menos desvalorizaram nos últimos 10 anos

O protetor de cárter já foi muito badalado e ainda hoje faz parte do cotidiano. Mas, se nos anos 1990 e início de 2000 era comum vê-lo na lista de opcionais da maioria dos carros, os projetos atuais já pensam no reservatório que armazena o óleo mais imune a rompimento provocado por impactos.

Mesmo assim, muitas marcas ainda disponibilizam o item como acessório original de concessionária. Só que a peça tem de ser original. Veja quais os riscos e quando colocar ou não o protetor.

Quando usar?

O protetor é feito para evitar que pedras atinjam o bujão do cárter, provocando vazamento de óleo. Ou seja: se você transita com frequência em estrada de terra ou com muita pedra, ou mesmo com muitos buracos e valas, talvez seja válido.

Mas o equipamento deve ser original e instalado na concessionária. O ideal é verificar no manual do proprietário se o carro já vem com o item ou se sua instalação é possível e recomendada.

Para quem faz trilha…

Muitas marcas já nem recomendam o uso da peça e nesses veículos o item é só indicado para quem fará um fora de estrada pesado ou vai competir, o que implica não só na instalação do protetor como de outras peças para uso no off-road extremo – a Mitsubishi e a Suzuki, por exemplo, oferecem um item mais robusto para seus modelos, que já são fabricados com protetor de cárter de série.

Mesmo assim, é preciso ficar atento ao desenho desse item. “O protetor tem de ser uma peça fácil de colocar e de retirar para a eventual troca de óleo. O equipamento também não pode interferir em outro elemento do carro e ter janelas de ventilação”, orienta Francisco Satkunas, conselheiro da SAE Brasil.

E quando é opcional na marca?

Aí, fica a critério do cliente. “É importante reforçar que a questão de ser necessário ou não é uma decisão do cliente.

a Suzuki, por exemplo, oferece um item mais robusto para seus modelos (Christian Castanho/Quatro Rodas)
A Suzuki, por exemplo, oferece um item mais robusto para seus modelos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Alguém que dirige apenas na cidade ou em estradas asfaltadas muito dificilmente vai usar o protetor de cárter na prática, mas ele pode se sentir mais seguro e confortável sabendo que seu carro possui o equipamento”, explica Flavio Cuareli, supervisor de Produto da Hyundai Motor Brasil, que oferece o item como acessório de concessionária.

Homologado

Lembre-se de que os protetores são testados e homologados pelas marcas para não interferirem na dinâmica ou no balanço do veículo. A instalação, quando recomendada, deve ser feita com peça original e na revenda autorizada, onde os funcionários são treinados para tal fim.

Por isso, peça para verificar o componente, que deve vir com número de série e logomarca da montadora. Exija, ainda, a nota fiscal do acessório.

“Os principais riscos de não instalar o item original é adquirir um acessório que não teve a resistência do material, performance e pontos de fixação testados pela engenharia”, observa Mário Furtado, gerente de Pós-Vendas da Nissan do Brasil.

Riscos

O protetor de cárter, quando não recomendado, é um corpo estranho no veículo e interfere em vários aspectos. Se não tiver ventilação, corre-se o risco de superaquecer o motor. Além disso, pode alterar o balanço do veículo e mudar a dinâmica de deslocamento do motor, em caso de colisão.

Se estiver fora das especificações, ainda impacta o funcionamento de outros componentes, como o esterçamento da direção, itens da suspensão ou os parâmetros para detonação do airbag.

“Protetor de cárter é um invasor de estrutura que impacta a dinâmica e a segurança, é um agregado de projeto.Todo peso que você coloca altera a dinâmica e afeta o balanço. Muda o comportamento do carro”, alerta Emílio Paganoni, gerente sênior de Treinamento da BMW, que não equipa nem recomenda o protetor em seus modelos.

Garantia

O protetor de cárter não original não implica em perda de garantia diretamente. Mas quaisquer danos ocasionados pela má instalação ou funcionamento do equipamento acarretam a perda automática da cobertura.

Tem ou não tem?

O que diz cada marca sobre o protetor de cárter

  • BMW: seus carros já têm cárter protegido; não indica a instalação
  • Fiat: é de série em Toro, Doblò e linha Adventure. Na Strada, é opcional. No restante, pode ter o acessório da Mopar
  • Ford: EcoSport, Fiesta, Ka e Ka Sedan têm a opção de acessório original
  • Honda: oferecido como acessório original em todos exceto o Accord
  • Hyundai Brasil: o item é oferecido como acessório para HB20 e Creta
  • Jaguar Land Rover: os modelos já trazem a proteção do cárter
  • Jeep: vem nos Renegade diesel e no Compass Trailhawk. Os demais modelos podem ter como acessório
  • Kia: ou o cárter não fica exposto ou há defletores ou capas plásticas
  • Lifan: há a opção do acessório original
  • Mercedes: os veículos que não têm vêm com proteção que faz essa função
  • Mitsubishi: todos têm
  • Nissan: só na Frontier; para os demais há opção do acessório
  • Renault: só Kwid não tem de fábrica
  • Suzuki: todos têm
  • Toyota: Etios e Yaris têm; marca não indica a instalação nos demais
  • Volvo: todos os veículos contam com uma proteção plástica, que atua nas batidas leves

Fonte original do textoRevista 4 Rodashttps://quatrorodas.abril.com.br/noticias/quando-se-deve-colocar-protetor-de-carter-no-carro/

Confira também no blog do Posto de Vistoria: Procura por carros antigos cresce 74%. Opala e Fusca são os favoritos

Responder