Com o preço dos carros aumentando assustadoramente a cada mês, muitas vezes o que resta ao brasileiro que precisa de um automóvel é ir atrás do bom e velho desconto. A decepção é perceber que, com procura alta e estoque baixo, eles estão cada vez mais raros. Ainda assim, separamos três formas de conseguir abatimentos que chegam a casa dos 15% na compra de um veículo
1- PcD
Teto para desconto do ICMS no carro PcD continua de R$ 70 mil
Alguns anos atrás, os descontos para pessoas com deficiência – que engloba dezenas de doenças – chegavam a 30% do valor do veículo, somando o abatimento de impostos como IPI e ICMS e o incentivo dado pela montadora.
No entanto, com o aumento do preço dos carros a lei ficou defasada, já que para ter desconto do ICMS é preciso que o carro custe até R$ 70 mil.
O público, porém, ainda consegue comprar carros com desconto de IPI (na faixa de 11%), disponível para modelos que custam até R$ 140 mil. Apesar de ter ficado mais raro devido à alta procura e poucos carros disponíveis, algumas montadoras também oferecem até 12% de abatimento na venda de alguns modelos e versões específicas.
A compra com desconto para PcD se enquadra na categoria de Venda Direta, quando o carro é comprado diretamente da montadora, apesar de ter um intermédio de uma concessionária. Isso significa que o carro ainda será fabricado, consequentemente o prazo de entrega é maior, podendo chegar a 120 dias.
2- Empresários
Quem tem uma empresa – incluindo Microempreendedor Individual (MEI) – pode comprar um carro por meio da venda direta para CNPJ. Assim como no caso acima, a compra é feita diretamente da fabricante, apesar de ser intermediada por concessionárias. O carro também pode levar até 120 dias para ser entregue. Nesses casos, o desconto pode chegar a 15%.
“O preço sai mais barato porque a venda é feita diretamente pela montadora. Ou seja, não há o custo com o concessionário, somente a comissão do vendedor. O desconto varia bastante, mas pode chegar a cerca de 15%, que é a margem de lucro que as concessionárias têm”, afirma o consultor automotivo Cássio Pagliarini.
Apesar de ser uma negociação relativamente simples, é preciso estar atento a algumas características do negócio. Primeiramente, ao comprar um veículo via CNPJ, o bem passa a ser da empresa, não do empresário. Isso significa que o carro pode ser penhorado para pagar dívidas da pessoa jurídica, explica o consultor financeiro Danilo Trindade.
“O mesmo acontece em relação às dívidas do veículo: serão cobradas da empresa, que poderá sofrer penalidade caso o IPVA esteja atrasado, por exemplo. Em caso de multa, será necessário apresentar o condutor para efeito de pontuação, mas o pagamento também é obrigação do CNPJ”, alerta o consultor.
3- Produtor Rural
Outra modalidade de Venda Direta, que também elimina a “margem” da concessionária e oferece descontos de até 15%, é a compra por produtor rural. Ele segue regras parecidas com a compra via CNPJ, mas nesse caso o cliente precisa comprovar que possui Inscrição Estadual ativa no estado no qual exerce atividade econômica relacionada a agricultura, pecuária ou serviços relacionados.
Um detalhe que muitos não sabem é que o desconto para Produtor Rural não é destinado apenas para picapes e utilitários, mas para qualquer modelo de carro, a escolha é do cliente em conjunto com a montadora que disponibiliza o abatimento. Outra dica: quando há grandes feiras rurais, algumas montadoras oferecem condições ainda melhores para esse público.
Outras maneiras
Há mais formas de conseguir descontos na compra do carro zero-quilômetro, embora mais tímidos do que as condições acima. “Quando o consumidor compra um veículo pelo site – disponibilizado principalmente nas versões de entrada – paga R$ 500 ou R$ 1 mil a menos, referente ao custo de estoque que o concessionário não tem nessa modalidade”, informa o consultor Cássio Pagliarini.
Algumas montadoras também oferecem descontos para entidades de classe (como de advogados ou médicos) e profissões específicas, como motoristas de Uber. Já os motoristas de táxi têm descontos previstos por lei, que funcionam de forma parecida com a lei para pessoas com deficiência.