Texto por Revista AutoEsporte – É mais do que o valor exigido pelo programa Rota 2030 com investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
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A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou nesta semana estudos que mostram o quão dispendiosos os processos burocráticos podem ser para as empresas brasileiras, o que reduz sua competitividade em âmbito mundial.
Gastos com mão de obra, softwares, serviços e custos legais chegam a 1,2% de todo o faturamento da indústria nacional. No caso do setor automotivo, isso significa que R$ 2,3 bilhões são usados apenas para fazer cálculos e processamento de tributos.
Além disso, enquanto a média global para cálculos de impostos em empresas é de 231 homens/hora por ano, no Brasil a necessidade é de 2.507 homens/hora, de acordo com dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
“É importante ressaltar que esses R$ 2,3 bilhões não são os gastos com impostos, mas sim com pessoal, sistemas e burocracia para poder calcular e acompanhar as obrigações tributárias. Isso é um absurdo. Poderíamos gastar esse dinheiro com novas tecnologias e novos produtos”, afirma Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
O executivo destacou que esse valor é maior que o exigido pelo Rota 2030 para o investimento das montadoras em pesquisa e desenvolvimento. De acordo com as metas do programa, neste ano o investimento mínimo das fabricantes de veículos leves em P&D deve ser de 0,7% sobre o faturamento, porcentagem que sobe para 0,85% em 2020, para 1% em 2021 até atingir 1,2% em 2022 e 2023.
A entidade defende a urgência de uma reforma tributária. A expectativa é de que ela resulte não só em melhor aproveitamento do dinheiro gasto na burocracia, mas também funcione como incentivo às empresas para investir no país tendo consciência das mudanças em médio prazo. “Não é um problema da indústria automotiva, mas do Brasil. Não consigo imaginar que essas reformas não vão ser aprovadas pelas consequências que a gente vai enfrentar se elas não forem. Vai ser um caos”, diz Moraes.
Fonte original do texto: Revista AutoEsporte
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